Check-up, doenças comuns, comida, rotina: o que você precisa saber para seu bicho de estimação envelhecer bem.
por Débora Yuri
A terceira idade ficou mais longa também para os bichos de estimação. Com os avanços da medicina veterinária e a proliferação de especializações da carreira – oncologistas, endócrinos, dentistas, oftalmologistas, homeopatas –, ficou mais fácil dar qualidade de vida aos pets idosos.“A gerontologia e a geriatria são algumas das áreas veterinárias com maior crescimento nos últimos anos”, diz Ricardo Duarte, coordenador científico do HOVET Pompeia. “Hoje em dia, detectar uma doença grave não significa mais uma sentença de morte para o animal.”
Mas, afinal, quando eles ficam idosos? “A entrada do cão na velhice é determinada por seu porte”, diz Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care. “Os de raças maiores têm o metabolismo mais acelerado e chegam à terceira idade com 8 anos. Os menores envelhecem mais devagar e são considerados idosos com 10 anos.” Segundo Quinzani, entre os gatos não há diferença, todos ficam idosos aos 8 anos. O diretor calcula que, atualmente, a expectativa de vida de cães grandes é de 10 a 12 anos e de pequenos e médios de 13 a 18 anos. Felinos vivem de 18 a 20 anos. Ou seja: gatos passam mais da metade da vida na terceira idade.
Aumento da expectativa de vida é sinônimo de doenças da velhice (veja quadro abaixo). A boa notícia é que exames e tratamentos para bichos estão mais sofisticados. Porém, exigem do dono uma boa saúde financeira. No Hospital Veterinário Sena Madureira, há tomografia computadorizada para investigar tumores (a partir de R$ 850), hemodiálise para bichos com insuficiência renal (R$ 700 por sessão), entre outros.
De olho nesse mercado, são criados pacotes de check-up promocionais e planos de saúde por acúmulo de pontos. “O empenho dos donos, e não só os de alto poder aquisitivo, é decisivo para o aumento da sobrevida dos pets”, diz Vivianne Imagawa, veterinária geriatra do Sena Madureira.
Doenças que seu pet pode ter:
Câncer: É comum depois dos 7 anos. Há predisposição racial. Tumores em rottweiler, fila-brasileiro, bullmastif e mastin-napolitano. Linfomas atingem boxers, golden retrievers e são-bernardos.
Felinos: Os tumores mais comuns entre gatos são carcinomas de pele em felinos despigmentados e linfomas.
Catarata: Acontece após os 6 anos em raças pequenas de cães, como poodle, schnauzer e maltês. É raro em gatos.
Colesterol alto: Ocorre em cães obesos e com problema de tireoide. Os schnauzers têm grande predisposição. Não é comum em gatos.
Diabetes: É relativamente comum em ambas as espécies, especialmente fêmeas de raças pequenas.
Insuficiência renal: Ocorre em cães, depois de 10 anos, em todas as raças e tamanhos. Atinge muitos cockers e poodles. Alta incidência em gatos persas e de pelo longo.
Cardiopatias: Comuns em gatos persas e em cães como poodle, yorkshire, cocker e pincher.
Obesidade: Ocorre em cães com alimentação inadequada e falta de exercício físico. Raças com propensão: beagle, labrador, cocker, dachshund e collie. Nos gatos, há maior incidência em raças de pelo curto.
Costas: Problemas na coluna, hérnia de disco e calcificação são comuns em dachshund, pequinês, beagle, poodle, cocker, shitzu, lhasa apso. Bicos de papagaio acometem pastor-alemão, dog-alemão e são-bernardo. O doberman tem predisposição a alterações no final da coluna e os menores no início.
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